quinta-feira, 5 de maio de 2011

8º Seminário Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde

O encontro aconteceu entre os dia 29 de abril a primeiro de maio de 2011, em Teresina, no Rio Poty Hotel.

O evento iniciou com o “presente as Deusas das águas”, momento em que os participantes vão em caminhada ate a beira do Rio Parnaíba.

A mesa de abertura contou com a presença de representantes do governo estadual, municipal e federal, sociedade civil e agência internacional UNFPA.

Ressaltamos as falas de Edson Cardoso e a mesa sobre AIDS, ao estar diretamente relacionada a atuação desta rede.

A Conferência de abertura, intitulada “Racismo e Intolerância Religiosa no Estado Brasileiro”, foi ministrada por Edson Cardoso que enfatizou diferentes aspectos sobre a questão, como listados abaixo:

* mapa da violência de 2011, tem dados somente até 2008;

*aumento da população negra revelado pelo censo do IBGE se da pelo fato da população estar se autodeclarando como negra;

* desequilíbrio demográfico, jovens de 15 a 24 anos que morrem de causas externas são em maioria do sexo masculino;

* podemos dizer que somos maioria e temos muitas mortes, vivemos em uma situaçao de guerra silenciosa;

* essas mortes de negros muda a vida de quem? Qual o impacto disso nas famílias?

* o que é mais importante para nós? O que podemos esperar do futuro com essas mortes violentas vistas no mapa da violência? Temos que ter ações.

* quando a propaganda afasta um negro, ausenta, é um tipo de morte; quando o acesso é negado é um tipo de morte;

* então existe toda uma morte preparada pelo publicitário, pela educação...

* o mapa da violência revela também o suicídio da juventude negra;

* no Brasil não existe pena de morte, mas para nós somos exterminados;

Edson fala ainda de sua relação com a SEPPIR, menciona que criticou a secretaria, que não teve maior critico desta secretaria que ele e que, no entanto foi convidado por Luiza Bairros para assessorá-la, está lá para abrir essa janela de diálogo efetivo com o movimento social, e aceitou porque confia na ministra.

Menciona o programa Brasil sem miséria, e diz que um governo que quer acabar com a miséria deve dialogar com a população negra, para saber sobre estratégias de sobrevivência. E coloca a questão: fazer pelo pobre é fazer pelo negro?

Termina sua fala pontuando dois desafios para nós:

1. Permanecermos vivos;

2. Podermos influenciar nas políticas públicas e não ser apenas objetos delas.

A mesa seguinte foi uma conversa afiada sobre as pesquisas população negra e AIDS. Contou com a presença de Cristina Possas do Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais do MS que apresentou os resultados das pesquisas do edital população negra e AIDS, e que foram publicadas em um suplemento da revista saúde e sociedade e de Simone Cruz, da Rede Lai Lai que apresentou os resultados da pesquisa em foram identificadas as estratégias de enfrentamento ao HIV/AIDS pelas organizações do movimento negro na região sul do Brasil, Simone ressaltou os que uma dessas estratégias foi identificado como o trabalho em rede articulado pelas organizações e que do ponto de vista dos ativistas o HIV/AIDS é compreendido no contexto mais amplo de “saúde da população negra”. Também foi colocado questões que servem de sugestão ao departamento de AIDS na relação com o movimento negro e de mulheres negras como:

*problemas apontados pela militância decorrem do não reconhecimento e valorizaçao por parte das organizações da pluralidade de formas organizativas e tipos de militância que a sociedade civil apresenta;

* financiamentos não levam em consideração a necessária continuidade para o desenvolvimento dos projetos;

* enquanto os financiamentos visam ações pontuais, a ação das entidades é pensada como um projeto político mais amplo, que envolve mudanças sociais de longo prazo e a ampliação de suas ações atingindo a esfera do próprio poder publico;

* evidencia as potencialidades do trabalho em rede que vincula HIV/AIDS e racismo dentro da constituição de redes.

No dia seguinte, 30/04 durante a manhä teve duas nesas intituladas: 1. Religiões Afro-brasileiras e saúde vivências e saberes tradicionais no diálogo com o SUS com a exposição de Pai Celso de Oxaguian do Programa Municipal de DST/AIDS e de Lucia Xavier, de Criola e Ekeji do Ilê Omiojuarô-Rio de Janeiro.

Na mesa sobre a política nacional de saúde integral da população negra conquistas e desafios para a promoção da equidade racial no SUS, representantes do Ministério da Saúde (SEGEP), CONASEMS e da Rede Nacional de Controle Social e Saúde da População Negra expuseram desde o lugar onde se encontram sobre o contexto da PNSIPN.

A tarde as atividades ocorreram em salas de conversa assim divididas:

1. A medicina tradicional dos terreiros e a Política Nacional de Praticas Integrativas e Complementares;

2. Os terreiros no Controle Social de Políticas Publicas de Saúde

3. A política nacional de saúde mental e suas relações com os terreiros

4. A política nacional de educação popular e saúde: o que os terreiros tem a ver com isso?

Ao final do dia, uma reunião de jovens presentes no evento, definiu pela criação do grupo “juventude de terreiros” assim como também foi criado o grupo “homens de axé”.

O ultimo dia dois painéis: Conversa afiada sobre a politica nacional de humanização do SUS, política e política nacional de saúde LGBTT com as exposições de Ana Eulália da Secretaria de Saúde do PI e de João Leite, do fórum LGBT do PI.

A mesa intitulada: “dialogando com as politicas publicas” contou com a representante do programa nacional de eliminação da hanseníase e de Artur Custódio do MORHAN.

A ultima mesa foi um painel, com o tema: Controle Social e de politcas publicas de saúde da população negra e pelas lideranças de terreiro, com Vanda Machado/BA e Baba Dyba .

O evento foi encerrado com a leitura da carta de Teresina.

Fonte: Relatório construído por integrantes da Rede Nacional Lai Lai Apejo que estiveram presente no evento, Simone Cruz e Heloisa Duarte.

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